sexta-feira, 10 de setembro de 2010

  
FANTASTIC ENTREVISTA FRANCISCO PENIM

Como é que entrou no mundo da televisão?
Entrei na TV a fazer voz off para documentários na RTP em 1991, mais tarde em 1994 fui para a TVI como jornalista.

O Francisco Penim fora dos holofotes é o "irreverente" que se mostrou na SIC Radical?

Fora dos holofotes sou o mais simples possível

Falando da SIC Radical. Sente-se o "pai" desta nova forma de fazer televisão? Como se sente ao olhar para trás e ver a evolução deste canal que viu nascer?
A SIC Radical foi um projecto que muito gozo me deu. Foi um momento único onde ninguém me tentava dizer o que queria ver no ar.

Em Outubro de 2005 sucedia a Manuel Fonseca na SIC, como director de programas. Na altura entrou como que um "furacão" prometendo revolucionar a SIC. Foi uma tarefa muito difícil dirigir um canal de televisão da envergadura da SIC, uma estação com 10 anos de liderança?
Eu nunca prometi revolucionar a SIC, demonstrei intenção de o fazer. Não foi difícil fazer o lugar mas foi demasiado intenso.

Em relação a Teresa Guilherme, era tida como o seu "braço direito". Como foi o trabalho conjunto?
Ter a Teresa Guilherme a trabalhar comigo foi uma experiência muito boa e guardarei sempre boas recordações.

Nas várias grandes apostas que fez, Sílvia Alberto nunca foi um nome falado. Especulou-se que iria fazer a transição final do "SIC 10 Horas" enquanto se formatava o novo "Fátima" e numa possível inclusão no "Programa da Manhã" mas nada é confirmado. Sendo já uma cara firmada em prime time, a constante falta de projectos a longo prazo resulta na saída da apresentadora para a RTP a fazer programas de grande sucesso como "Dança Comigo" e "Aqui Há Talento". A Sílvia não se enquadrava naquilo em que queria que a SIC se tornasse?
Foi difícil dar trabalho para todos os apresentadores quando a aposta foi na área da ficção. A Sílvia saiu da SIC porque não concordou com o projecto que eu tinha para ela.

José Figueiras, Ana Marques, Cláudia Semedo, Liliana Campos, foram todas "caras" de longa data na SIC, porém, serviram como "bombeiros de serviço". Paralelamente, o seu star system: Bárbara Guimarães, Bruno Nogueira, Rui Unas, Ricardo Pereira e Soraia Chaves durante os 2 anos e meio que esteve na Direcção de Programas os seus projectos foram escassos. Qual a diferença entre o primeiro e o segundo grupo de profissionais?
Sempre apostei nas pessoas que tinham talento na SIC, que queriam trabalhar e que se coadunavam com as apostas de conteúdos desenvolvidas pela a Direcção de Programas da altura. Todas as pessoas referidas tiveram o seu espaço mediante as possibilidades de grelha.

Herman José veio várias vezes a público indignar-se contra algumas mudanças que eram feitas nos seus programas, porém, também já se referiu a si como um "grande profissional". Como correu a relação entre ambos durante o tempo que dirigiu a SIC?
Foi uma relação profissional muito boa e frutuosa. Gostei muito de trabalhar com o Herman.

Na sua fase enquanto director de programa na SIC porquê a escassez nas apostas no puro entretenimento?
Porque só se combate a concorrência com as mesmas armas. Se a concorrência vencia com ficção, era obrigação da SIC fazer o mesmo.

Apostou ainda na série "Aqui Não Há Quem Viva". Na altura teve um começo satisfatório mas as constantes oscilações de horário e os consequentes resultados levaram ao seu desaparecimento. Não se arrepende de ter acreditado mais nos produtos vendo o sucesso que a reposição de "Aqui Não Há Quem Viva" obteve este verão na SIC?

Infelizmente Aqui Não Há Quem Viva não teve o arranque que desejámos. Nesse momento a SIC não deveria ter avançado com a produção de séries. Fico no entanto contente que Aqui Não Há Quem Viva hoje seja o melhor conteúdo da SIC no prime time... mas isso nada tem a ver comigo. Fico contente pelos actores e equipa técnica.

"Vamos ganhar a SuperLiga", "Vamos liderar", "Pessoas com audímetro vejam mais a SIC", estas foram algumas das suas frases mais emblemáticas à frente da SIC. Arrepende-se de alguma destas situações?
Não me arrependo do que digo... e faço por dizer sempre tudo o que tenho a dizer. Sigo sempre com o objectivo de fazer mais e melhor e preocupar-me com o trabalho e com as pessoas.

No período final enquanto Director de Programas foi criticado e foi dito que a "Era Francisco Penim" foi apenas a "Fase Floribella". Depois de tanto esforço feito sente que o seu trabalho foi minimizado? Fica magoado com isso?
Não me importo com o que se diz de mim. Acho que todas as pessoas são livres de escrever e opinar sobre o que fiz, faço e farei.

Neste momento é da SIC Radical que saem, hoje em dia, a maior parte do "star system" da SIC. São vários os projectos sobre a sua alçada que são re-exibidos com sucesso na SIC e também nos temáticos. Tendo em conta todos estes factores, sente que na SIC ainda se vive a reboque da 'Era Francisco Penim'?
A SIC nunca viverá a reboque de nada nem de ninguém. As pessoas que fazem a SIC são as melhores de todas e sempre serão. A SIC faz parte de mim mas do meu passado.

Saiu da SIC em 2007 com uma média de 25.1% e neste momento a estação tem 23.7% acumulado do início do ano, constata-se portanto uma descida. O trabalho executado por Nuno Santos não é o suficiente?
Se hoje a SIC tivesse 26% de share não era suficiente! Nunca nenhum resultado é suficiente para a SIC.

Acha que neste momento a televisão em Portugal precisava da reviravolta que existiu à 10 anos atrás com o 'Big Brother'?
As reviravoltas na televisão são sempre bem-vindas mesmo aquelas que vão na direcção contrária às que a "nossa" estação tenta trilhar. O público é que manda!

Como encarou a saída de Fátima Lopes para a TVI? Era algo que já suspeitasse?

Os apresentadores mudam de estação. É a lei do mercado.

Recentemente foi noticiado a sua inclusão no mundo da música, mais propriamente como DJ. É uma área que o fascina?
Dificilmente viveria sem música... ser DJ sempre foi muito divertido para mim.

Actualmente que projectos tem em mãos? E para o futuro, existem novidades?

Tenho vários projectos profissionais que me preenchem para já. No futuro farei muitas coisas também. E todas boas!


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