Nesta edição do Fantastic Entrevista o nosso convidado é Pedro Granger. Estivemos à conversa com o ator e apresentador que já passou pelas três estações de televisão portuguesa. Atualmente na RTP, à frente de O Elo Mais Fraco, Pedro Granger recorda o seu percurso, nomeadamente o Ídolos (na SIC) e o Secret Story (da TVI). A polémica das novas audiências da Gfk são também um dos assuntos em debate.
ENTREVISTA
Estávamos em 1999
quando deu os primeiros passos na representação, em televisão. Como Tomás, em “Médico
de Família” e como João Filipe na Lenda da Garça. Na altura com apenas 20 anos,
como recorda esta estreia?
Comecei aos 19 como João Filipe na “Lenda da Garça” e depois
fiz o “Médico de Família” como Tomás . A “Lenda da Garça” foi o primeiro
trabalho que fiz, e por isso foi especial , na altura era tudo maravilhoso ,
era o começar do viver de um sonho
Contudo, este não
foi, certamente, a primeira experiência em representação. Como é que tudo
começou?
Aos 16 anos comecei a cantar em bares e aos 18 entrei num
espetáculo de solidariedade "amigos no palco" que revertia a favor da
“Acreditar”. Quem apresentava o espetáculo era o Virgílio Castelo que já estava
a fazer os castings para a “Lenda da Garça”. A Ana Brito e Cunha, que também
entrava, sabia que o meu sonho era ser ator, disse ao Virgílio e ele
desafiou-me para um casting. E foi aí que tudo começou e nunca mais parou. Meti
o curso de Direito, que estava a fazer, na algibeira e tem sido trabalhar até
agora , já la vão 13 anos , com uma pausa de dois anos e meio em que fui
estudar acting e screenwriting para Nova Iorque.
O seu papel em “Jardins
Proibidos” foi o que o tornou mais popular entre o grande público. Na altura, a
TVI dava os primeiros passos na ficção nacional. Depois disso participou em
produções como Super Pai, Dei-te Quase Tudo (onde foi protagonista), Fascínios,
Equador, Olhos nos olhos, a minissérie 37, e mais recentemente na novela Sedução.
Qual foi o projeto que mais o marcou e porquê?
O “Jardins Proibidos” foi o projeto que me lançou para o
grande publico, aliás porque marcou a 'nova' TVI 'Moniziana' e porque foi a
primeira novela portuguesa a vencer uma novela da Globo, por isso tenho a noção
da importância desse trabalho. Em ficção para televisão o que mais gostei de
fazer foi, sem duvida alguma, o 'Teorema de Pitágoras', um telefilme da SIC, do
Gonçalo Galvão Teles. Fazia um triângulo amoroso com a Fernanda Serrano e a
Patrícia Tavares. Em termos de entretenimento foi o Ídolos , claro .
Também apresentou
alguns programas. Teve 'Rédea Solta' na TVI24, guardou os segredos do 'Secret Story',
descobriu os dois primeiros 'Ídolos' de Portugal e agora elege diariamente 'O
elo mais fraco' na RTP. Gosta mais de apresentar ou de representar?
Gosto muito das duas coisas e na apresentação acho que um
apresentador deve experimentar todo o tipo de formatos, tal como o ator deve
experimentar todo o tipo de personagens. Daí ter sido muito bom já ter feito um
talento-show , um talk-show , um reality-show ( se bem que a nossa edição da
Casa dos Segredos foi mais light que a segunda ) e agora o quiz show que é o
Elo Mais Fraco . Mas continuo a ser ator também. Uma coisa não incompatibiliza
a outra.
Voltando ao Ídolos...
Em 2003 deu a cara pelo programa, nas duas primeiras edições do mesmo em
Portugal. Ao seu lado teve Sílvia Alberto, com quem sempre teve uma enorme
cumplicidade. Como é trabalhar com a Sílvia?
É a melhor coisa do mundo a seguir ao chocolate. A Silvia é
uma grande amiga e uma ‘profissionalona’ de mão cheia. Ajudámo-nos e aprendemos
imenso um com o outro. É sempre um prazer trabalhar com ela. Um privilégio
mesmo.
O formato está de
regresso à SIC. Os jurados e os apresentadores mudaram, e o formato é o mesmo
mas com algumas mudanças. Assistiu às duas últimas edições do formato? O que
tem achado?
A Claudinha e o Manzarra fazem aquilo muito bem, os jurados
são ótimos e o Ídolos continua a ser, sem qualquer ponta de dúvida, o melhor
programa da televisão nacional.
No dia 10 de março deste
ano, teve a oportunidade de realizar um sonho de há muito tempo: apresentar o
Festival da Canção. Ainda por cima ao lado de Sílvia Alberto. A opinião geral
foi que a dupla de apresentadores foi o melhor da noite. Como vê essa
apreciação e o que achou dessa noite?
Se foi o melhor da noite ou não isso não sei, mas que foi um
sonho tornado realidade, e que foi ótimo voltar a trabalhar com a minha Silvinha,
isso é verdade. O público não é parvo e percebe quando as coisas são feitas com
verdade, entrega, e alegria genuínas. Era o que se passava ali entre nós
naquela noite e acho que conseguimos passar isso lá para casa. Foi das coisas
que mais gozo me deu fazer. É que foi mesmo giro fazer o Festival!
O 'O elo mais fraco' continua
no ar, 8 meses depois de ter começado. As audiências nunca foram superiores à
concorrência, mas o programa manteve-se sempre acima dos 20% de share. Com a
nova medição das audiências, tem estado constantemente perto dos 10%. O que
acha dos resultados?
Isso não é verdade. Chegámos a ficar à frente do Peso
Pesado, e se não tivéssemos intervalo no meio (coisa que a Casa dos Segredos e
o Peso Pesado não), teríamos mordido ainda mais os calcanhares à “Casa”. Tanto
é verdade que a TVI passou os diários de quinze minutos para 45 minutos pois
nós fazíamos mais audiência que a novela que se seguia, quando os diários eram
pequenos. Por isso correu maravilhosamente bem.
O que tem a dizer do
novo sistema de medição de audiências?
Quanto às novas audiências e a esta descida descabida da
RTP, a única coisa que posso dizer é que são o absurdo total. Mas isso todo a a
gente concorda. Ninguém acredita nas audiências da Gfk. Acredito que estejam a
fazer o melhor trabalho possível mas já está provado que os painéis de
representação estão mal elaborados. O que interessa é a reação do público na
rua, ou através de cartas, mails, visitas ao estúdio, etc. Tem sido brutal. E
mais: eram para ser só 60 e acabámos quase nos 200 programas . Mais de 1600
concorrentes, quase 50 mil perguntas. Correu sem dúvida muito bem, e sim, foi
um sucesso de audiências, digam o que disserem, custe a quem custar (risos).
Já trabalhou nos três
canais de televisão, tanto na representação como na apresentação. Consegue
escolher algum canal ou acha uma pergunta ingrata?
Ingrata? Não. Já trabalhei em todos os canais, no ano
passado decidi não continuar exclusivo da TVI para poder voltar a trabalhar em
todos os canais para ter um maior leque de opções . Claro que acabo por ter
menos estabilidade, nomeadamente financeira, mas tenho 32 anos e tenho é que me
preocupar em tentar gerir a minha carreira o melhor possível, apostando na
diversificação e não estando sempre a fazer as mesmas coisas . Como qualquer
opção que se toma na vida tem os seus prós e os seus contras.
O que acha da
televisão portuguesa atualmente?
Acho que já esteve melhor, mas também já esteve pior. Falta arriscar,
não ter medo, inovar um bocadinho mais. O Hugo Andrade tem arriscado um bocado
e inovado e isso é bom, é um prazer trabalhar com o Hugo. A própria Júlia
[Pinheiro], o Luís Marques e a Gabriela Sobral têm começado a ir por caminhos
diferentes o que também é bom . Acho que é preciso é continuar nesse caminho e
fazer ainda mais.
Já assistiu ao
programa A Tua Cara Não Me É Estranha, da TVI? Porque acha que o formato tem
tido um sucesso tão grande?
É um bom formato, muito bem feito e conseguido, mas eu
continuo a preferir o Ídolos (risos).
Quais são os projetos
para o futuro, depois do Elo Mais Fraco terminar?
Vou esta semana para o Azerbaijão fazer os comentários do Festival
Eurovisão da Canção, e cerca de 30 reportagens para os vários programas da RTP.
Depois tenho projetos na área do cinema, filmes de animação, apresentação de
galas, e lá mais para o fim do verão sou capaz de voltar à televisão.
RESPOSTA RÁPIDA
Um programa de
televisão... Factor X e Elo Mais Fraco
Um filme...
Magnolia e Nightmare Before Christmas
Um ator... Edward Norton e Johny Deep
Uma atriz... Nicole Kidman e Magie Smith
Uma música...
Vertigem da Mafalda Veiga
Um sonho... If you can dream it you can do it
Gostaria de partilhar
o palco com... Idina Menzel
Um ídolo... Le
Petit Prince
O elo mais fraco na
nossa sociedade é... A pequenez e maldadezinha de algumas cabeças
O Pedro é... Um
tipo normal (Graças a Deus )
FANTASTIC ENTREVISTA - Edição 18
Convidado: Pedro Granger
Produção: André e João
Fantastic 2012
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