Nesta edição do Fantastic Entrevista a nossa convidada é Maria Vieira. Estivemos à conversa com a atriz portuguesa que fez
sucesso em vários programas de Herman José. Dentro de dias a atriz irá
partir para Paris, onde irá participar num filme de Ruben Alves.
ENTREVISTA
1. Estreou-se como atriz no Teatro
Adóque, com a peça Paga as Favas em 1981. Assoa o Nariz e Porta-te
Bem foi um dos primeiros projetos no cinema. Ao lado de Raquel Maria, foi
uma das protagonistas deste filme, no mesmo ano. Antes desta produção, que
outras experiências, como atriz, já tinha tido?
"Assoa o Nariz e Porta-te Bem" foi um filme realizado pela
Monique Rutler e foi a minha estreia no cinema. Em televisão estreei-me
com o Júlio Isidro num programa chamado "Festa é
Festa" e depois continuei trabalhando vários anos com ele em programas
como "A Festa Continua" e "Arroz Doce".
2. Apresentou Encontros Imediatos
na SIC, um dos primeiros programas da estação, em 1992. Como foi esta
experiência? Prefere o papel de atriz ou de apresentadora?
Foi uma experiência salutar e de muito sucesso, uma vez que o programa
esteve no ar durante quase três anos e foi líder da estação durante a maior
parte desse tempo. O programa era muito simples, um
bocadinho "kitsch" até, mas ainda assim eu gostei de o
apresentar. Eu tinha acabado de fazer uma sitcom na SIC ("Giras &
Pirosas") e alguém achou que eu tinha potencial para
apresentar aquilo; felizmente resultou bem em termos audiométricos mas a
minha "praia" é mesmo a representação. Eu sou actriz. Ponto final.
3. Mais tarde, juntou-se à equipa de Herman José e participou em programa como Hermanias, Humor de Perdição, Casino Royal, Crime na Pensão Estrelinha, Herman 98 ou Herman SIC. Acha que a participação nestes sucessos televisivos foi importante na sua carreira? O que recorda destes tempos?
3. Mais tarde, juntou-se à equipa de Herman José e participou em programa como Hermanias, Humor de Perdição, Casino Royal, Crime na Pensão Estrelinha, Herman 98 ou Herman SIC. Acha que a participação nestes sucessos televisivos foi importante na sua carreira? O que recorda destes tempos?
Trabalhar com o Herman foi determinante na minha carreira. Foi dessa forma
que eu tive o privilégio de participar em alguns dos melhores programas de
humor que se fizeram no nosso país. Desses tempos recordo a amizade,
a alegria no trabalho e o sucesso granjeado.
4. Os últimos dois projetos na SIC
foram Hora H (também o último programa de Herman José na estação) e
Sete Vidas. O primeiro acabou ao final da noite de domingo e a série foi
para o ar apenas nas madrugadas. O facto da estação ter maltratado estes
projetos foi um dos motivos pelo qual não voltou a colaborar com o canal?
Eu não sei se a SIC maltratou esses projectos, isso são palavras suas. Eu
saí do "Hora H" porque não estava satisfeita com o personagem
que me foi atribuído e por isso só fiz 9 programas. Em relação ao "Sete
Vidas", confesso que nem sequer me lembro quando e a que
horas foi transmitido. De resto, voltarei a colaborar com a SIC,
desde que o projecto seja interessante e que eu tenha disponibilidade para o
fazer e isso aplica-se a qualquer estação de televisão, seja em
Portugal ou no estrangeiro.
5. Seguiu-se a 'aventura' no Brasil, e desde então já participou em duas telenovelas da Globo. Como surgiu o convite para ingressar nas novelas de Miguel Falabella?
5. Seguiu-se a 'aventura' no Brasil, e desde então já participou em duas telenovelas da Globo. Como surgiu o convite para ingressar nas novelas de Miguel Falabella?
Um dia o Miguel veio a Portugal, foi convidado do "Herman SIC",
onde teve uma brilhante participação no saudoso "CREDO",
conheceu-me, apaixonou-se pelo meu trabalho e levou-me com ele para o
Brasil. Tão simples como isto. Hoje somos grandes amigos da vida e dos palcos,
algo que acontece frequentemente entre pessoas que vêm o mundo pela mesma
janela.
6. Teve ainda a oportunidade de desfilar no Sambódromo no Brasil. Qual é a sensação?
6. Teve ainda a oportunidade de desfilar no Sambódromo no Brasil. Qual é a sensação?
Participar no maior espectáculo do mundo, desfilando
no asfalto da Sapucaí, perante milhares de pessoas que gritam o nosso
nome (ou o nome do personagem que estamos a fazer numa novela da Globo) é algo
que mexe com o nosso ego de uma forma muito peculiar. Ainda para mais,
sabendo que o Carnaval carioca é transmitido no mundo inteiro e saber que
eu estive lá, a acenar para a humanidade... eu diria que foi uma experiência
inolvidável.
7. Negócio da China foi a
primeira novela que fez no Brasil. No entanto, não resultou tão bem como as
outras em termos de audiências e em Portugal foi da hora de almoço para as
madrugadas. O que tem a dizer desta situação?
Não me compete fazer comentários sobre decisões tomadas pelas
direcções de programas das estações de televisão. Posso apenas dizer que adorei
fazer parte do brilhante elenco de "Negócio da China", onde
participaram alguns dos melhores actores brasileiros, que a novela
era muito bem escrita e muito divertida e que fiquei muito feliz por ver o
meu trabalho reconhecido pelo povo brasileiro, pelos meus pares artísticos e
pela exigente crítica canarinha que destacou, distinguiu e
premiou a minha actuação na novela.
8. Aquele Beijo foi a produção
que se seguiu. A exibição terminou há poucos dias. Como correu este projeto? O
grupo de atores portugueses é muito acarinhado?
"Aquele Beijo" foi mais um grande sucesso do Miguel Falabella. A
novela teve uma grande aceitação por parte do público e foi muito elogiada
pela crítica. Os actores portugueses são muito acarinhados no Brasil. Os
brasileiros adoram o sotaque português, ainda que misturado com o sotaque
brasileiro como aconteceu nesta novela e não se poupam a elogios quando se
cruzam connosco na rua. A nível pessoal esta novela trouxe-me muitas
alegrias e muito orgulho pois voltei a ser distinguida pelo jornal "O
Globo" com a prestigiada "Nota 10" da Patricia Kogut, que é
atribuida aos melhores actores da televisão brasileira e não há nada mais
gratificante para um actor do que ver o seu esforço recompensado com
palavras elogiosas por parte de quem percebe do seu ofício.
9. Entre as duas novelas fez ainda
uma ‘perninha’ num especial de fim-de-ano na RTP, onde se junto a amigos de
sempre: Marina Mota, Herman José, Ana Bola, Maria Rueff, Joaquim Monchique,
entre outros. Tem saudades de fazer humor regular na TV portuguesa e de
trabalhar com estes profissionais?
Tenho sempre saudades dos meus amigos, sobretudo agora que passo tanto
tempo fora de Portugal. É claro que gostava de me voltar a cruzar com todos
eles e como nós somos todos ainda muito jovens é muito provável que tal
venha a acontecer nos próximos anos...
10. Viajar é dos seus maiores prazeres.
Porquê? É o procurar novas culturas, gastronomia, vivências, artes?
Eu sou uma cidadã do mundo. Viajar é a actividade mais enriquecedora que
conheço. Viajo pelo prazer de percorrer longas distâncias, lá onde
tudo é diferente do que sei, viajo para saborear novos pratos e novas gentes,
viajo para mergulhar em oceanos de silêncio cristalino, viajo para esgravatar a
cultura dos outros e também viajo para repousar a alma no travesseiro do
lazer...
11. Em Maio irá partir para França, pois irão iniciar-se as gravações de um
novo filme, do qual fará parte. Será o filme La Cage Dorée, de Ruben
Alves? O que nos pode adiantar deste novo projeto?
O filme do Ruben anda à volta de uma
história muito divertida e que ainda por cima tem a particularidade de
ser muito bem escrita. Estou muito entusiasmada com o projecto e muito
feliz por ir contracenar pela primeira vez com o Joaquim de Almeida. É
o primeiro filme que eu faço em França e a Rosa - nome do meu personagem -
é absolutamente hilariante. E mais não posso acrescentar porque a produção
não deixa.
12. O seu futuro profissional passa
pelo Brasil ou pelo regresso a Portugal?
No dia 3 de Maio viajo para Paris, onde irei rodar "La Cage
Dorée" durante cerca de dois meses e meio e depois, em Agosto, regresso ao
Brasil e à Globo para fazer um seriado que se vai chamar "Pé na
Cova".
13. Como vê a TV portuguesa
atualmente?
Para falar a verdade não tenho visto nada, pois desde que cheguei a
Portugal ainda não tive tempo para parar e sentar-me em frente ao televisor.
14. Será para sempre conhecida, de
uma forma carinhosa, como ‘a parrachita’. Como surgiu esta alcunha?
Eu tenho alguma dificuldade em decorar os nomes das
pessoas (provavelmente a minha memória esgota-se nos textos que passo a
vida a decorar) e por isso comecei a chamar Parrachita a toda a gente
só para não passar a vergonha de não saber o nome das pessoas! A dada
altura, por tanto me refugiar nessa muleta, eu própria passei a ser alcunhada
de Parrachita pelos meus colegas e amigos. Eis a razão do meu nickname!
RESPOSTA RÁPIDA
Um realizador:
Clint Eastwood
Um filme:
"Laranja Mecânica" e "O Carteiro de Pablo Neruda"
Um papel desejado:
O próximo
O ídolo de sempre:
Não tenho ídolos
O projeto mais marcante:
"Humor de Perdição", "Negócio da China e "Aquele
Beijo"
A viagem da minha vida:
Polinésia Francesa e Nova Caledónia
Na minha mala de viagem não pode faltar:
Na minha mala de viagem não pode faltar:
Equipamento de mergulho e muitos livros
A Maria Vieira é:
A Maria Vieira é:
A Parrachita
FANTASTIC ENTREVISTA - Edição 17
Convidada: Maria Vieira
Produção: André e João
Fantastic 2012
Uma atriz de talento! Sentiremos saudade aqui no Brasil, mas breve estará de volta!! Aproveite a estada em Paris e traga-nos de volta o seu sorriso contagiante!
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